Lá fora, o vento grita,e a chuva fala... cá dentro, permanece o silêncio, ainda que o bater das teclas o afastem. A cama ressente o corpo deitado sobre ela, a cabeça começa fraquejar,mas os olhos teimam em não fechar, e já é tarde, ou talvez não. A vontade em permanecer, persiste. Só mais uma palavra, só mais uma preposição,mais um determinante, mais um adjectivo, um poema, uma canção, uma história pessoal, uma relação amorosa. Só mais um... minuto... mais um sorriso rasgado por detrás do pedaço tecnológico. É bom. Cliché's ou não, o momento tende a proliferar-se, e as vontades surgem espontâneamente,com uma combinação recíproca de humor e interesse, camuflados por incertezas, ou até vergonhas, elas desaparecem, porque hoje, hoje é possível a sua dissipação.
Por fim, cairá o pano da realidade, em que de um lado está a personalidade de umas letras, e do outro, a personalidade de um corpo, de uma mente, em carne e osso. E, o quanto esta "carapaça", intimida. No tempo dos meus avós, x e y trocariam impressões, como se conhecessem desde a nascença, actualmente é tal a proximidade ao tecnológico, que para evitar situaçoes embaraçosas, a melhor solução é desviar o olhar.
Pergunto-me porque será? acredito numa solução!
E o vento não se cala...